Na moda do funk com esmero, linha, tesoura e cola, Mizuneira, como é chamado o Eduardo André de Oliveira, dá vida nova a pares de tênis surrados, destruídos pelo tempo e dias de baile. O jovem é hoje o principal especialista em manutenção, reforma e restauração de calçados da marca. Nas mãos do Mizuneira, um Mizuno caindo aos pedaços volta a vida e se transforma em um modo econômico de estar na estica.
Diretamente de Diadema, na grande São Paulo, Eduardo e sua esposa estruturaram uma pequena empresa e hoje atendem os clientes em sua casa. Com ajuda de sua esposa, que administra a empresa de restauração, ele lida com a mão de obra entre as linhas, costuras e colas.
Com o serviço bem concorrido, de três em três meses Eduardo abre a loja para novas encomendas, com a alta demanda de pedidos essa foi a melhor forma encontrada para atender o maior número de clientes.
E como começou essa história de dar vida nova aos tênis que são um dos símbolos da juventude periférica e marca registrada na estética da moda do funk, Mizuneira conta em entrevista para o UOL:
“Comecei a arrumar meus tênis em 2015 e fui na raça, estragando os meus, mesmo”, lembra ele, que nunca fez nenhuma especialização na área. “Existe curso de sapataria, mas é algo distante disso. Muitos sapateiros, mais antigos, não puderam estudar e aí fazem o que podem quando precisam restaurar um tênis desses. E a forma que eles usam pode muitas vezes não ser a forma certa. A falta de informação é gigantesca nesse meio.”
Ao contrário: em se tratando de Mizuno, Mizuneira caminha pela ideia de compartilhar. Há alguns meses, começou a transmitir seus conhecimentos a mais pessoas que também queriam entrar no mundo das reformas dos tênis-relíquias. “Passei a ensinar porque eu não vou conseguir arrumar todos os Mizunos do mundo”, diz ele. “Como não consigo dar conta e o Brasil é carente na parte de emprego, a gente tem que gerar trabalho. O meu ganha-pão se tornou o ganha-pão de outras pessoas.”
Hoje, os antigos alunos têm negócios próprios e são amigos de Eduardo, se dividem na alta demanda do mercado de restaurações de tênis, o que fortifica ainda mais a estrutura da moda do funk.
E você tem algum tênis para restaurar conte para nós aqui nos comentários do #BatalhaFUNK? Já sabe onde ir agora hein!