Na cena musical das cidades do Brasil, onde o rap, trap e funk estão bombando nas ruas, a fotografia na música urbana virou tipo uma testemunha chave desse movimento cultural, saca?
Os fotógrafos, muitas vezes trabalhando nos bastidores, desempenham um papel crucial ao eternizar momentos icônicos de artistas e eventos, dando vida e visibilidade à efervescente expressão musical.
A Imagem que Ecoa: A Fusão entre Fotografia e Música
A música urbana vai além do som; é uma história que você pode ver. As fotos são essenciais para contar essa história, pegando a vibe intensa dos shows, os retratos sinceros dos artistas e os momentos únicos que fazem a cena. Ao capturar esses instantes, os fotógrafos eternizam não só as apresentações, mas também a vibe e emoção da música urbana.
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Sarará Rodrigues iniciou sua carreira como fotógrafo na efervescente cultura hip-hop, inspirado por documentários que exploravam esse universo. Ao perceber a escassez de registros visuais no contexto do break, sua prática como dançarino dessa expressão artística o impulsionou a uma jornada de fotografias em eventos de breaking em São Paulo e no Grande ABC.
Essa experiência culminou em um estudo de mestrado dedicado à compreensão dos corpos periféricos na cena do break, destacando a relevância de sua pesquisa, especialmente com a crescente visibilidade do break nas Olimpíadas.
Em uma entrevista exclusiva para o nosso portal, ele destaca algumas ideias e experiências de sua carreira. Confira a entrevista completa sobre fotografia na música urbana e na cultura hip hop:
Qual é a importância da fotografia na documentação e na promoção de artistas e eventos no hip-hop e na música urbana?
- Em primeiro lugar, a fotografia tem a capacidade de eternizar um momento, o que é crucial para a preservação da história e da cultura. Para os artistas, ter fotografias de qualidade é de extrema importância. Fotografias cuidadosamente planejadas, com uma direção artística e que capturam o sentimento do artista, desempenham um papel essencial na comunicação com o público. Elas ampliam a capacidade de expressar e desenvolver sua arte, que, no caso da música e da cultura hip-hop, é um meio de comunicação poderoso.
Como a sua paixão pelo hip-hop influencia o seu trabalho fotográfico e a maneira como você captura os momentos na cena urbana?
- Essa influência vem de amigos, vivências, experiências e trocas de ideias ao longo do tempo, o que enriqueceu sua compreensão da cultura hip-hop. Ao capturar essas cenas urbanas, você está eternizando momentos significativos, tornando-os parte da história e contribuindo para a preservação da cultura. Suas fotografias têm o potencial de se transformar em uma narrativa que perdurará por muitos anos e que poderá ser compartilhada com outras gerações.
Como a evolução da tecnologia e das redes sociais afetou o trabalho de um fotógrafo na música urbana, especialmente em termos de alcance e visibilidade?
- A tecnologia pode evoluir, e a inteligência artificial pode desempenhar um papel cada vez mais importante na criação de imagens, mas a fotografia continuará a ser essencial. Isso ocorre porque a fotografia tem a capacidade de transmitir visualmente mensagens, emoções e atmosferas de uma maneira única.
Qual é a mensagem ou história que você espera transmitir por meio de suas fotos na música urbana e no hip-hop?
- Antes de tudo, uma contribuição para a cultura. Meu objetivo é fazer as pessoas entenderem que o que estou fazendo é genuíno, mesmo que, muitas vezes, no Brasil, a fotografia não receba o devido reconhecimento. Quero que as pessoas percebam que meu trabalho é parte de algo grandioso e duradouro, que não se limita a um momento passageiro. A fotografia é uma forma de expressão atemporal; as imagens que estou criando hoje terão um impacto profundo daqui a 10, 15 ou até mesmo 30 anos.
Quais são seus projetos fotográficos futuros e como você pretende continuar contribuindo para a cena da música urbana e do hip-hop?
- Em relação aos meus projetos fotográficos futuros, estou focado em uma pesquisa de mestrado que se concentra no universo do Breaking, suas expressões e sua presença no Brasil. Planejo percorrer o país, participando de diversos eventos de Breaking, capturando imagens e conduzindo entrevistas com os praticantes dessa arte. Meu objetivo é compilar essas experiências em um livro abrangente que conte a história da cena Break no Brasil. Desejo destacar as histórias de pessoas que, muitas vezes, permanecem desconhecidas, aqueles que partiram do zero, acreditaram em seus sonhos, conquistaram sucessos e até mesmo aqueles que enfrentaram desafios.
Cada clique de uma câmera na cena musical urbana não é apenas uma imagem, mas sim uma narrativa visual que ecoa através do tempo. Os fotógrafos como Sarará Rodrigues desempenham um papel crucial ao proporcionar uma perspectiva única, revelando os bastidores e os momentos íntimos que moldam a cultura.
Seja no palco em meio a uma performance eletrizante ou nos bastidores, onde a verdadeira essência dos artistas é revelada, a fotografia na música urbana tornou-se uma forma de arte por direito próprio.
Ao preservar a autenticidade, os fotógrafos contribuem para a riqueza da narrativa cultural que é a música urbana brasileira, permitindo que a cena seja apreciada por gerações futuras.