Com a alta do Rap e Trap no Brasil é natural que surjam diversos artistas e grupos de diferentes culturas. Mas você já pensou alguma vez na vida, que poderia surgir um rap e trap Indígena? Pois sabemos que o rap atinge todos os lugares possíveis e impossíveis, sendo fortemente popular nas classes baixas da sociedade e chegando atingir públicos na elite também. Mas como o rap é potencializado nas comunidades, favelas, no dia a dia das pessoas trabalhadoras que movem o brasil, é fácil distinguir seu público alvo.
Com o rap presente nesse contexto, porque não está presente em um lugar que é base do nosso país, a população indigena? E o rap está lá! Hoje vamos trazer para vocês alguns artistas que expressam suas culturas e etnias no rap e no trap:
A rapper Kaê Guajajara, é uma jovem artista natural de Mirinzal, no Maranhão, a artista vivia em uma terra não demarcada e teve que se mudar para o Rio por conta de conflitos com madeireiros. Ela sobe ao palco trajada com adereços indígenas de seu povo.
O rapper Wera MC iniciou sua carreira há 10 anos no grupo de rap indígena Xondaro MC’s, formado por jovens lideranças guarani mbya da aldeia Teoka Pyal, localizada no Pico do Jaraguá, na zona norte de São Paulo. O objetivo era chamar a atenção para causas como a demarcação de terras indígenas.”Diferentemente dos artistas não indígenas, que podem trazer mensagens mais de entretenimento, nós estamos passando uma mensagem muito séria” – Wera MC em entrevista para o site TAB.
O Primeiro grupo de rap totalmente indigena do Brasil, os Brô MC’s das aldeias Jaguapirú e Bororó, que ficam na cidade de Dourados, misturam português e guarani para falar de seu cotidiano. “Para nós é uma honra apresentar a voz indígena no Mato Grosso do Sul, da aldeia para fora, para não-indígenas conhecerem. Mostrar como é a nossa visão da nossa aldeia. Aqui é totalmente diferente, o lado da história é bem diferente. Não moramos em ocas, não vivemos nus” conta Bruno Veron Integrante do Brô MC’s.
O grupo Nativos MC ‘s composto por Macc JB, Urysse Kuykuro e Pajé MC celebram sua etnia na batida do trap com a faixa ‘Sou Kuikuro.’ Os povos indígenas da etnia Kuikuro são a maior população do Alto Xingu no estado do Mato Grosso.“A inspiração nas letras é para trazer um olhar para essas questões e a atenção para os temas que nos afetam e que a sociedade brasileira não tem noção. Devido a uma educação em bases coloniais, a população é educada sem saber nada sobre as verdadeiras realidades e a diversidade indígena no país. A cultura se mantém viva dentro do território, e também resiste em todos os espaços, em tradições e práticas diárias. Assim, unidos e fortes para continuar existindo, tendo forças para as lutas. O nosso compromisso enquanto povos indígenas é defender nossas terras e a biodiversidade”, conta o grupo.
Eai, o que você acha da importância para essa cultura de rap e trap Indígena atingir mais pessoas? Conte para nós nos comentários, deixe sua opinião para nós do BatalhaFUNK.