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Hip Hop e Basquete com Sidney Dois Por Cento

Hip Hop e Basquete com Sidney Dois Por Cento

Se tem duas coisas que andam coladas, são o basquete e o hip hop. Esses dois mundos se misturam de um jeito tão natural que já viraram estilo de vida pra muita gente. Não é só sobre jogar bola ou fazer rima, é sobre viver a cultura de verdade. Vem com a gente entender essa conexão pesada.

Tanto o basquete de rua quanto o hip hop surgiram nas quebradas afro-americanas e latinas dos EUA nos anos 60 e 70. As quadras e os becos eram os palcos onde os jovens podiam se expressar, mostrar resistência e criar. Era ali que eles faziam história, mesmo quando o mundo tentava ignorar.

 

Saiba mais sobre: Música Urbana – Os 4 Elementos do Hip Hop

Hip Hop e Basquete com Sidney Dois Por Cento
(Foto reprodução: Pinterest)

 

Para conhecermos na íntegra sobre essa conexão, conversamos com um dos maiores especialistas do assunto, Sidney Dois Por Cento. Natural de Mauá, na grande SP, Dois Por Cento começou sua jornada no basquete aos 12 anos, em escolinhas e campeonatos estaduais, e com o avanço da internet, viu no YouTube uma oportunidade na época, de registrar jogadas e seu time, e trazer informações sobre basquete de rua e do basquete profissional.

Hoje, Sidney Dois Por Cento vive do que começou lá atrás, mas agora seu canal se tornou a maior referência sobre basquete no Brasil, fazendo conteúdo para grandes empresas do audiovisual, como Amazon Prime, TNT, PodPah entre outras marcas como a própria NBA Brasil.

 

Hip Hop e Basquete com Sidney Dois Por Cento
(Foto reprodução Instagram @doisporcento)

 

Confira aqui a entrevista completa que o Sidney Dois Por Cento concedeu para o portal Murb Brasil, onde ele compartilhou o seu início e suas grandes experiências entre o basquete e o hip hop.

 

Qual a ideia por trás do canal Dois Por Cento TV?

“Um dos manos do futebol de rua, chegou em mim e falou: “Eu tô com um canal [no YouTube] de futebol de rua e tá dando certo fazendo os tutoriais. Por que você não faz também?” Isso foi em 2015 mais ou menos. E ai falei “não mano, você é louco, já deve ter uma pá de gente falando de basquete…”

O YouTube estava em alta. Eu já queria trabalhar com YouTube, mas eu queria fazer alguma coisa de comédia, e o basquete sempre teve ali embaixo do meu nariz, mas eu nunca aproveitei isso. Aí eu entrei no YouTube e não tinha ninguém mano, falando de basquete, tá ligado? Em 2015 eu decidi começar a fazer isso. 

Aí meu Twitter era esse, se tiver 20 pessoas me assistindo ali consumindo meu conteúdo, eu tô ajudando eles, eu vou continuar. Tá ligado? Nem imaginando que desses 20 iria para 300, de 300 ia para mil, de mil a 10 mil tá ligado? Eu não imaginava que tinha como chegar em 100 mil inscritos falando de basquete e muito menos em um milhão e agora né? Batemos um milhão recentemente, aí após bastante tempo. Então na minha cabeça eu falei acho que nem tem público de basquete para isso, tá ligado? E tem velho.”

 

Explica para gente o que é o basquete de rua. O que isso significa para você?

“Acho que o basquete de rua é até mais importante do que o basquete, ele fez me encontrar em diversas questões, expandir minha mente e pensar fora da caixinha, pode ser até polêmica que eu vou falar, mas, uma palavra que eu levo para os caras, ”fazer uma cesta todo mundo faz, mas nem todo mundo gira uma bola debaixo do braço”, tá ligado?

E isso com certeza é mais atrativo, embora fazer cesta é o mais importante, girar a bola passar debaixo do braço vai ser mais atrativo para quem não conhece o basquete. Então até mesmo na criação do canal e em tudo que eu faço, inclusive na época das apresentações de freestyle, eu vi isso aí, uma oportunidade de me divulgar porque é uma coisa que chama atenção e é uma parada que você fica livre, né? Freestyle, né? Já diz o nome.”

 

Quais as suas maiores referências basquete de rua? E no basquete/NBA?

“Acho que a principal referência no basquete de rua foi o Hot Sauce, foi o primeiro vídeo de basquete de rua que vi. E aí foi referência em tudo, ele tinha o cabelo black também, às vezes estava de trança, então foi essa referência. 

E no basquete profissional a primeira referência que tive foi o Michael Jordan por conta do Space Jam [filme], quando lançou o primeiro eu era moleque, né? Então assisti para caramba. O segundo Oscar né, Oscar Schmidt que eu conhecia a história dele aqui no Brasil, acho que na época ele tava jogando ainda. 

E o terceiro foi o Allen Iverson, foi o jogador que vi depois do Jordan, me chamou bastante atenção por conta do estilo também, estilo de jogo. E aí a referência que eu levo até hoje é o Chris Paul, é o jogador que, quando eu comecei a jogar, falei “as jogadas desse cara são da hora, estratégico” copiava um pouco do seu estilo de jogo.”

 

 

 

Qual foi o momento mais memorável da sua carreira até agora? 

“Eu acho que tem quatro momentos aí, é bater 100 mil inscritos. Foi ali que entendi que é possível, batendo um milhão também, foi um momento bacana quando bateu um milhão. E aí ficam os dois momentos, tanto eu entrando na quadra [NBA], aquela parada que aconteceu, poder entrar com na quadra lá, depois que o Clippers ganhou e encontrar o Paul Jorge.

Esse aí não sei se eu posso colocar acima ainda, mas é que isso aí foi uma surpresa total, não esperava aquilo acontecer, então, na hora que aconteceu ali eu desabei, que falei mano, como assim velho? 

E agora esse aí do Chris Paul, tudo poderia acontecer, né? Poderia acontecer como não poderia, então eu já meio que tava sabendo, tinha me blindado do que poderia acontecer. Mas enfim, acho que eu não consigo colocar um momento só, acho que são esses quatro aí”

 

Como o rap/ hip-hop influencia a cultura do basquete? Me dê exemplos de artistas e atletas que representam essa estética e conexão. 

“Falando de basquete de rua e hip hop, tem uma analogia boa, os 4 elementos [hip hop] estão inseridos no basquete de rua, né? Das origens dele para ele ser considerado uma partida de basquete de rua, um campeonato de basquete de rua, você tem que ter os jogadores, óbvio.

Você tem que estar em uma quadra de rua, um som rolando de fora, um MC narrando o jogo que a gente pode comparar com o MC, dos 4 elementos do Hip Hop, o cara vai estar lá no jogo e o DJ.

Vai ter um DJ ali no basquete de rua, o cara que vai estar mandando a música e tal. E o grafite, ele vai estar na roupa dos jogadores, vai estar nas quadras, em volta da quadra do lado de fora. Vai ter aquele ambiente urbano bem bacana. E os b-boys seriam os jogadores, que no basquete de rua a gente tem os dribles diferenciados, tem uma parada mais artística.”

A relação entre o basquete e o Hip Hop é sobre resistência, liberdade, criatividade e autenticidade. Juntos formam uma cultura que inspira e transforma vidas. Se você curte basquete e Hip Hop, saiba que você faz parte de uma tradição rica e poderosa que continua a evoluir e impactar pessoas de todas as idades de maneira profunda. 

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