E se disséssemos que há um instrumento clássico que encontrou seu lugar cativo no mundo do funk? Conheça a emocionante fusão entre o violino e o funk brasileiro, uma combinação musical que está conquistando corações por onde passa, hoje vamos conversar com Melk Violinista para nos guiar nessa fusão de ritmos.
Em um país conhecido por sua rica diversidade musical, o Brasil é lar de muitos estilos que moldaram sua identidade sonora. Um dos gêneros mais vibrantes e icônicos é o funk brasileiro, com suas batidas contagiantes e letras envolventes que fazem as multidões dançarem.
O violino é um instrumento que traz imagens de orquestras clássicas e salas de concerto requintadas. No entanto, nas periferias das cidades brasileiras, um movimento musical audacioso está ocorrendo. Jovens talentosos como Melquisedec da Silva Conceição, mais conhecido como Melk, estão levando o violino a um território inexplorado, misturando-o com o ritmo e a energia do funk.
Melk Violinista, é um jovem talentoso que cresceu em Belo Horizonte, foi criado no Aglomerado da Serra, uma das comunidades mais vibrantes da cidade. Ele aprendeu a tocar o violino em um projeto social promovido pelo Sesi Minas, o que marcou o início de sua extraordinária jornada musical.
O que torna Melk e outros músicos como ele, fora do padrão, é a maneira como conseguem unir o clássico e o contemporâneo, o violino e o funk. Transformando os sucessos do funk em melodias cativantes que ressoam nas ruas e apresentações e nos palcos de todo o Brasil.
Essa fusão entre o violino e o funk não é apenas uma experimentação musical, mas uma declaração de que a música é uma linguagem universal, e em bate papo com Melk Violinista ele explica como foi a trajetória até abrir as portas e se tornar conhecido pelo seu talento, confira a matéria:
Quais são os desafios de adaptar um instrumento clássico como o violino para a cena do funk, conhecida por sua batida e energia características?
- Um dos desafios de tocar funk no violino é a falta de partituras. Se a pessoa não tiver a habilidade de tocar de ouvido acaba ficando difícil. Tem outro quesito que é um ritmo em que é muito criticado devido o preconceito, sendo assim, não são todos ambientes que dá pra apresentar a arte.
Pode compartilhar algumas das reações mais memoráveis do público quando você tocou suas versões de hits de funk no violino?
- Sobre a reação do público, tenho duas em mente. Quando toquei na Expofavela de São Paulo, o público se envolveu muito, pois é um evento totalmente voltado pra arte de favela. Atualmente estou começando a tocar em casas de show e tem sido muito legal o envolvimento do público.
Como é o processo de seleção das músicas que você escolhe para interpretar no seu estilo único?
- A seleção eu uso dois pré-requisitos: as mais atuais que eu vejo no TikTok e Instagram. E em segundo lugar as mais antigas que fizeram sucesso também.
Além do funk, você tem planos de explorar outros gêneros musicais com o violino?
- Atualmente eu toco todos os ritmos, exceto o clássico rss… Meu foco é mais em música de favela como funk, trap, piseiro, samba, pagode e outros.
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Como a combinação de música clássica e funk tem impactado sua identidade artística e sua jornada como músico?
- Na verdade, eu praticamente não toco clássico. São raríssimas (mas raríssimas mesmo) as vezes que toco clássico. O tocar funk tem me ajudado a conseguir levar música aos lugares menos favorecidos. Quando eu toquei em SP (resposta 4), eu conseguia ver vários adolescentes de escolas públicas parando pra ver eu tocar. Se eu tivesse tocado clássico, com certeza não teriam interesse uma vez que eles não conheciam as músicas. Tem a oportunidade de se apresentar em casas de show. Se eu tocasse clássico não conseguiria essa oportunidade.
Pode compartilhar algumas histórias ou desafios interessantes que enfrentou ao longo de sua ascensão no cenário musical do funk?
- Sobre os desafios, primeiro é a aceitação do público. No começo já recebi algumas críticas sobre tocar funk no violino. Aparecer nas redes sociais também é um desafio pois você fica exposto a críticas. É algo interessante: as pessoas do meio da cena do funk não tem nenhum preconceito com o violino. Eles acham muito legal e elogiam muito o instrumento.
Qual é o papel das redes sociais e da internet em sua carreira, especialmente na divulgação de suas performances e músicas?
- A internet tem um papel extremamente importante na divulgação do trabalho e também pra conseguir serviços musicais. Lembro que quando eu comecei eu era bem pequeno no insta mas sempre postava os vídeos. Dessa forma outras pessoas me viram e me levaram pra fazer alguns serviços musicais. Sem a internet isso seria praticamente impossível pois fica difícil a divulgação.
Como você vê o futuro de sua carreira como violinista no mundo do funk? Quais são seus objetivos e projetos futuros?
- Sobre o meu futuro, eu pretendo tocar em mais shows com MC’s, gravar clipes e assim influenciar outros músicos também. Outro fator interessante é que incentivo outros adolescentes e jovens de favela a tocar instrumentos pois eles percebem que dá pra tocar as músicas que eles conhecem. Pretendo também dar algumas palestras para o público de favela de como a internet pode ajudar a eles divulgarem os serviços, mesmo que a pessoa esteja no começo.
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