Samples, que traduzido do inglês quer dizer “amostra”, essa cultura de utilizar trechos de
outras músicas se chama “samplear”. Este formato de produção está presente no mundo da
música há bons anos, e explica o fenômeno que ocorre quando você escuta uma música
que lembra uma outra.
Um Sample nada mais é do que a amostra de sons, sendo eles trechos (ou partes inteiras)
de músicas já existentes, instrumentos de forma isolada ou até sons do “dia a dia”, como o
trem passando nos trilhos, uma buzina ou a chuva no telhado.
Essa ideia surgiu na década
de 40, quando decidiram fazer músicas através de pequenas amostras de sons já gravados
– o que, inicialmente, era chamado de “Musique Concrète“.
Essa técnica era considerada
psicodélica à época, mas alguns artistas ousados decidiram experimentar essa forma de
produzir música, caso dos Beatles no álbum “Revolution 9”. Aliás, toda a carreira dos
Beatles pode se resumir a Samples muito bem feitos, já que podemos encontrar diversas
semelhanças entre músicas dos Beatles e de outros compositores.
Com o surgimento da cultura hip-hop no final dos anos 70 e começo dos 80, os recortes
musicais começaram a ganhar mais espaço entre os produtores. A história conta que os
DJs alteravam as músicas que tocavam nos bailes, isso tudo na era do analógico e em
apresentações ao vivo.
Um dos primeiros trabalhos é atribuído aos produtores Grandmaster
Flash & The Furious Five, na música “Freedom“, que utilizou trechos da música “Get Up and
Dance“, do grupo Freedom. Se você ouvir as duas músicas, vai conseguir identificar essa
semelhança.
Bastou isso para criar uma nova cultura! Nos anos 80 e 90, o hip-hop e essa arte de recorte
se misturaram tanto que pareciam uma coisa só.
Os produtores de rap se caracterizaram
por utilizar trechos de outras músicas para formar seus beats. Essa cultura é tão forte, que
existe um site que mostra os samples utilizados nas músicas mundo afora – curiosamente,
o site leva o nome de WhoSampled?
Até porque, uma das grandes “mágicas” dessa arte é
utilizar trechos de músicas ou artistas que não tiveram sucesso no mainstream,
principalmente de artistas americanos da velha guarda do funk e jazz.
O cenário musical brasileiro também está repleto de Samples e não é de hoje, Nos anos 90,
com o rap em alta, vimos o Racionais MCs usarem trechos de músicas de Tim Maia e Jorge
Ben nos seus clássicos, como em “Homem na Estrada“, que usou “Ela Partiu” do Tim Maia,
e “Fim de Semana do Parque“, que usou um trecho de “Domingas“, do Jorge Ben.
Mas cuidado, nem tudo que usa a base de outra música é um sample!
Um exemplo é “Só Quer Vrau“, do MC MM com o DJ RD. Essa música não utiliza um
sample, e sim faz uma paródia com “Bella Ciao” que ficou famosa graças a série “La Casa
de Papel“. Na paródia, ao invés de um trecho da música original, se utiliza do ritmo e da
melodia de forma bem característica.
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