Criar rap não é rimar por rimar. É uma parada complexa que exige talento, dedicação e muita prática para ser um bom Rapper. Para isso, tiram inspiração das suas vivências, das tretas e das injustiças que todo mundo vê e sente na pele.
Escrever rimas é tipo arte mesmo, precisa de criatividade, ritmo e fluidez. E não é só escrever, não. Os rappers também trabalham pesado na produção dos beats, seja criando do zero ou usando samples de outras tracks.
É um trampo meticuloso, cada linha, cada batida tem que bater certo.
A Realidade Atrás do Mic: Vida de Rapper
A vida de rapper não é apenas fama e shows lotados. A trajetória inclui preconceito, falta de oportunidade e violência. No entanto, a música é uma poderosa ferramenta de superação. Através das rimas, muitos encontram força para seguir em frente e transformar suas realidades, dando voz aos excluídos e expressando suas dores e lutas. O rap inspira jovens a sonharem com um futuro melhor pela música urbana, a lutarem por seus direitos e a não desistirem facilmente.
A indústria do rap é feroz e cheia de desafios. Para estourar, é preciso mais que talento, tem que ralar muito, e além de gravar e produzir suas músicas, fazer shows e turnês, e ainda lidar com contratos e direitos autorais. Ter uma visão de negócio é crucial, e se cercar de pessoas de confiança é fundamental.
Nas Palavras de Quem ta na Cena
Para fortalecer o nosso conteúdo sobre a vida dos rappers independentes, o nosso parceiro Betel chegou junto para um bate-papo onde ele traz na íntegra suas experiências como um rapper independente.
Diretamente de Jacareí, interior de São Paulo, o rapper vem buscando seu espaço na música urbana. De forma independente e com muito trabalho, ele tem alcançado bons números que projetam sua carreira para um futuro grandioso.
Confira a entrevista completa:
De onde vem o seu nome artístico?
“O significado da palavra Betel é ”casa de Deus”, desde que comecei a fazer rap, eu entendo as rimas em cima do beat como a minha forma de me conectar com o Deus que tem dentro de mim. pra mim a arte é isso”
O que te motivou a entrar no mundo do rap?
“A necessidade de me expressar enquanto ser humano, pela primeira vez eu tinha encontrado um espaço onde eu pudesse ser ouvido verdadeiramente, no hip hop eu encontrei um ambiente aberto a debates que não havia encontrado em nenhum outro lugar.”
Quais são as maiores dificuldades de ser um rapper independente?
“Além do dinheiro? Acredito que ter que se dividir em várias funções ao mesmo tempo, ser o próprio produtor, ser responsável pelo marketing, pela venda de shows, entre outras coisas, e fazer tudo isso sem se esquecer do principal foco que é evoluir na sua arte.”
Veja também: A Vida de um Produtor de Rap com Prod Bnon – Murb Brasil
Como você lida com a falta de recursos financeiros no início da carreira
“Sempre tive a oportunidade de apresentar minhas ideias e projetos para pessoas que estavam no mesmo corre que eu, só que em áreas diferentes, tá ligado? Por exemplo, a mesma experiência que eu tenho de rap, o Breno Cobra tem de fotografia, e a gente juntou nossos corres de uma forma que um fortalece o outro, assim foi com o Lucas Lourenço nos clipes, lá no ínicio o Moita Carvalho também me fortaleceu por acreditar na minha mensagem e na minha arte. Outro fator que eu uso a meu favor pra driblar a falta de recursos é aproveitar os editais que tem por aí, uso as verbas que eu consigo alcançar para investir no meu trabalho e poder pagar cada colaborador que já me fortaleceu de uma maneira que todo mundo tenha seu trabalho remunerado, resultando num trampo cada vez mais profissional.”
Como você se organiza para conciliar a carreira musical com outras atividades?
“É difícil, hein? Mas, tento organizar minha vida em ciclos, há momentos que preciso imergir totalmente na criação para dar vida aos projetos, e em outros momentos preciso correr por fora para financiar esses projetos.
De qualquer forma é a sina do artista, a gente acaba dedicando quase todo o nosso tempo e energia pra nossa arte, mesmo tendo muitos outros corres pra fazer. “
A independência te dá mais liberdade criativa? Ou é um mito?
“É verdade que ser independente me dá a liberdade pra decidir tudo sobre a minha carreira, mas, ao mesmo tempo, sozinho, eu não tenho recursos pra realizar todas essas ideias que surgem, então acaba sendo elas por elas, sabe? O que da pra tirar de bom é que pra nós, artistas independentes, criamos formas de fugir dessa falta de recurso através da originalidade, e aí vai se formando uma maneira única de ser, a verdadeira autenticidade do artista.”
Quais são os seus maiores aprendizados como rapper independente?
“Se eu não fizer por mim, ninguém vai fazer. Mas não é sobre ser solitário, porque ninguém constroi coisas grandes sozinho, é sobre saber se conectar com as pessoas certas, aprender com tudo ao seu redor, e organizar cada área da sua carreira, pra que gradativamente a gente consiga enxergar essa evolução.”
Que conselhos você daria para quem está começando uma carreira no rap?
“Estude o hip hop, estude o rap, estude música, e estude tudo aquilo que você achar interessante, porque isso vai virar música em algum momento, cole nos eventos de rap, aprenda com quem veio antes, aprenda com quem veio depois, e pratique sempre que puder, não existe fórmula, mas esses são pontos que sempre me ajudam a evoluir artisticamente.”
Quais são os próximos passos para a sua carreira? Quais seus sonhos e objetivos?
“No segundo semestre vou lançar o maior trabalho da minha carreira, se tratando de videoclipe, vai ser um marco. Também tenho trabalhado num EP, que aborda questões relacionadas a história de Jacareí, que é a cidade onde nasci e cresci. Ainda não posso falar muito especificamente, mas após esses projetos uma grande mudança na minha carreira está por vir. O objetivo é marcar a vida das pessoas através da arte, devolver pra cultura o que ela fez comigo, dar autoestima e motivação para quem me ouve seguir em busca de seus sonhos.”
É isso ai, vocês viram que a vida de rapper independente não é fácil, porém a batalha e as conquistas são satisfatórias.
Para se aprofundar no rap, é preciso buscar conhecimento e vivências. Assista documentários, ouça podcasts, participe de cursos e workshops, cole nos eventos da cena e se conecte com outros fãs e artistas.
Mandamentos do Rap para ser um bom Rapper :
- Celebre a Diversidade: O rap é sobre liberdade de expressão e inclusão.
- Passe a Mensagem: Use o rap para promover ideias positivas e construtivas.
- Seja Ético: Respeite os outros e mantenha a ética na sua caminhada.
- Busque Evolução: Sempre procure se aprimorar e aprender com os outros.
Então, se liga nessa caminhada do rap e se joga de cabeça, porque esse movimento é pura expressão e resistência! Siga o Betel e a Murb nas Redes sociais para ficar por dentro de todas as novidades.
