Trap é um subgênero do rap caracterizado pelo uso de sintetizadores e graves pesados na batida, acompanhados por um tom mais melódico com auto-tune; uma fusão de hip-hop e música eletrônica. Tornou-se popular nos anos 2000 em Atlanta, capital do estado norte-americano da Geórgia, e seu nome se refere às casas usadas pelos traficantes para vender drogas.
O gênero permaneceu no palco underground em seus primeiros anos, mas aos poucos ganhou mais espaço e se tornou um dos estilos musicais mais conhecidos e influentes da música americana. Rappers como Travis Scott, Lil Uzi Vert e a dupla Rae Sremmurd se estabeleceram nas paradas country com seus estilos, enquanto estrelas pop como Ariana Grande, Beyoncé e até Taylor Swift incorporaram alguns de seus elementos de música trap.
No Brasil, de acordo com dados do Spotify, o consumo do gênero teve em média um aumento de 61% a cada ano entre 2016 e 2019. No YouTube, os clipes dos maiores trappers nacionais acumulam milhões de visualizações.
Muito mais do que apenas sexo, drogas, dinheiro e crime, o trap é uma celebração da melhoria de vida para pessoas periféricas através da fama e um grito de indignação contra o racismo e a desigualdade social.
Essas características são atrativas principalmente para um público jovem que se identifica com as letras diretas e a cultura em volta do gênero. Por esse motivo, o ritmo é presença confirmada nos fones de ouvido e nas caixas e mesas de som das periferias.
A história do gênero
A cidade de Atlanta é o berço do trap music. Alguns de seus sons característicos foram explorados por vários produtores e rappers locais desde a década de 1990. A dupla UGK obteve sucesso em “Pocket Full of Stones” e “Cocaine in the Back of the Ride”, que usava sintetizadores de bateria, e Master P em “Mr. Ice Cream Man”.
Nos anos 2000, o gênero entrou no mainstream com rappers sul-americanos que o incorporaram em seus trabalhos, como Gucci Mane (que estreou no álbum Trap House), T.I., Lil Wayne e Rick Ross.
Na última década, o trap foi apresentado quase sem parar nas paradas de sucesso dos EUA, especialmente nas 10 músicas mais vendidas da Billboard Hot 100. Em 2013, a música Harlem Shake do DJ Baauer se tornou viral após o lançamento da música nas redes sociais.
Ainda que com uma roupagem mais próxima da música eletrônica, ela foi responsável por levar o trap ao conhecimento de um público mais voltado ao pop. Sicko Mode, de Travis Scott; Bad and Boujee, do grupo Migos com Lil Uzi Vert; e Rockstar, de Post Malone com 21 Savage, são algumas das músicas que repetiram esse feito.
No Brasil, o lugar de origem do trap é alvo de disputa. Guarulhos, o principal cenário do gênero no estado de São Paulo, foi onde Raffa Moreira e Klyn surgiram e ganharam reconhecimento através de faixas como Fiat 1995, parceria entre os dois trappers e Dreyhan, lançada em 2015.
Em paralelo, a cidade de Vitória, no Espírito Santo, sediou as festas organizadas desde 2013 pelo coletivo Red Room, composto pelos artistas Naio Rezende, Luanna, WC, NOX Cachorro Magro e outros associados. O baiano Baco Exu do Blues e o pernambucano Diomedes Chinaski também utilizaram o estilo para exaltar os rappers nordestinos na polêmica Sulicídio, lançada em 2016.
Nos últimos anos, o trap nacional ganhou hits como Bro, de Raffa Moreira, e Kenny G, do cearense Matuê. O coletivo paulistano Recayd Mob se consolidou com a faixa Plaqtudum, de 2018, cujo clipe conta com mais de 100 milhões de visualizações no YouTube.
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Conheça os 5 Artistas mais ouvidos de Trap no Brasil na atualidade:
- Oruam ft. Zack Vox, Marcin – TERRA PROMETIDA
- Mc Poze , Bielzin, Mc Cabelinho e Xamã – A CARA DO CRIME 2 “Cansou de Playboy”
- Chefin – 212
- Dfideliz – PROGRESSO
- Meno Tody – VOLTA POR CIMA
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