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A Vida de um Produtor de Rap com Prod Bnon

A Vida de um Produtor de Rap Com Prod Bnon

Na música urbana, o produtor de rap independente, desempenha um papel fundamental, muitas vezes subestimado. Além de criar a música, eles são empreendedores, artistas e visionários, lutando para expressar sua arte e a de seus parceiros. Enfrentam diversos desafios ao longo de sua trajetória, desde a criação até a distribuição de suas músicas.

Esses produtores se envolvem com o hip hop desde cedo, absorvendo batidas e explorando samples, inspirando-se nos grandes mestres do gênero. Esse envolvimento inicial é crucial para o desenvolvimento de sua criatividade e o desejo de produzir suas próprias músicas. 

O caminho do produtor independente é repleto de desafios, como a falta de suporte das grandes gravadoras e recursos financeiros limitados. Para superar esses obstáculos, eles assumem múltiplos papéis, desde beatmaker e engenheiro de som até marketeiro e empresário. Essa multifuncionalidade é essencial para levar adiante seus projetos e conquistar espaço na cena musical.



Veja também: Fazer Música Pelo Celular é Bom ou Ruim? – Murb Brasil

drdre A Vida de um Produtor de Rap Com Prod Bnon
(Foto: Reprodução Instagram @drdre)

 

A rotina do produtor de rap independente é uma batalha diária contra o tempo e os desafios, envolvendo longas horas dedicadas à criação de beats, busca por parcerias e construção de uma identidade artística autêntica. Seu estúdio caseiro, frequentemente improvisado, torna-se um refúgio criativo onde ideias se transformam em melodias e rimas. Além da criação musical, ele precisa dominar a autopromoção, navegando pelas redes sociais para criar conteúdo envolvente e construir uma audiência fiel. Na era digital, a visibilidade é crucial, exigindo persistência, criatividade e ousadia para alcançar o sucesso.

Para entendermos melhor como é o corre de um produtor independente de rap, convidamos o brabo rapper e produtor, Bnon, diretamente da zona norte de São Paulo, entrou no mundo da música urbana entre 2009 e 2010, procurando sistemas de produções musicais onde ele pudesse criar seus próprios beats, pois não queria samples e os beats já existentes na época.

E se lembramos bem, nessa época que ele iniciou sua trajetória a internet não tinha essa variedade de conteúdos que temos acesso atualmente, não tinha tantas plataformas, plugins, beats, instrumentos, mas mesmo assim Bnon estava predestinado a correr atrás e viver de música, confira a entrevista completa:

 

A Vida de um Produtor de Rap Com Prod Bnon

 

O que te motivou a entrar no mundo da produção musical? 

“Bom, no início eu precisava usar uns beats, mas sempre fui contra a ideia de samplear ou usar beats já existentes, em 2009 para 2010 eu comecei a caçar sistemas de produção que eu conseguisse fazer meus próprios Beats, e na época não tinha quase nada na internet, não tinham tutorial igual hoje, não tinham tantos plugins ou bancos de sons que eu pudesse usar, então, foi aí que comecei a estudar, fuçar, ler blog´s gringos traduzindo para aprender a mexer, com isso eu vi que eu tinha facilidade pra fazer, e com o tempo fui confirmando que eu realmente tinha esse feeling pra entender e lidar com o setor de produção musical”

Quais são os maiores desafios de ser um produtor de rap independente? 

“Eu acho que hoje em dia o maior desafio é você não ter que ser apenas um produtor, você tem que saber se vender, saber fazer seu marketing, saber a onde estar ou ir para conseguir trabalhos, pois ”Quem não é visto não é lembrado”. Acredito que hoje você só entender do seu ramo, da sua profissão não é o suficiente, sem esses pontos de marketing, venda e saber se apresentar você fica guardado só no seu espaço, e não é só pra profissão de produtor não, é um geral para todas as outras.”

Quais são as principais diferenças entre ser um produtor independente e um produtor de gravadora? 

“Quando você é um produtor vinculado a uma Gravadora você passa a ter estabilidade e automaticamente a produtora te traz a demanda que o produtor precisa de trabalho, quando se é independente é você por você mesmo, seus equipamentos vão te gerar dinheiro se você se mexer e trazer trabalhos pra ser feito neles, caso contrário você só está testando os equipamentos”

Como você se organiza para conciliar a produção musical com outras atividades?

“Eu por muito tempo dei prioridade pras produções em primeiro lugar, se aparecia um trabalho eu desmarcava qualquer coisa pessoal pra ir produzir, a princípio é necessário quando você precisa se alavancar, mas chega um momento que acaba dando um burnout, aí é que a gente começa a repensar sobre o nosso lado pessoal, e comigo foi assim, quando cheguei nesse momento eu comecei a ver a importância de ter realmente uma agenda, de trabalhar com horários, organizando todos os compromisso pessoais e de trabalho, sempre pensando no descanso em períodos necessários”

A independência te dá mais liberdade criativa? Como você explora essa liberdade? 

“Com toda certeza, mas claro que temos que ganhar dinheiro também kkk, em casos de clientes que já tem um objetivo a gente só faz nosso papel de produtor e executa a ideia pra nos sustentar, mas se nós não precisássemos trabalhar claro que só faríamos músicas pra nós e quando quisesse no horário que quiséssemos, mas temos esse momento, eu quando tenho costumo usar e abusar dessa liberdade pra produzir as melhores e mais diversas ideias que tenho, além do lado produtor a gente tem o lado artista, e esse lado artista se reflete nas produções, e sempre que crio algo que acho muito criativo e genial uso pra mostrar pras pessoas, pra usar como portfólio e etc”

 

 

Como você encontra artistas e rappers para colaborar? “Vivencia! o nosso setor é o da arte, e não tem como a gente criar a arte sem viver, sem ter bagagem, sem ter reflexos da cultura que nos rodeia, e é assim que vou fazendo conexões no dia a dia, indo em lugares que está sendo o pico mais cultural do gênero, a onde está rolando os melhores shows, aonde estão lançando os melhores artistas, assim fazendo o tête-à-tête. Hoje em dia temos as redes sociais a nosso favor, mas temos que saber usar também pra isso, saber como abordar as pessoas, saber usar pra acompanhar as coisas de nossos interesses”

Quais ferramentas você utiliza para gerenciar seus projetos e clientes como produtor independente? 

“Sempre tento tratar diretamente com os clientes através do WhatsApp, mas logicamente temos que ver e saber analisar a pessoa com seu projeto, dependendo da demanda até consigo manter o diálogo por WhatsApp, mas se for algo maior já é preciso planilha com cronograma de execução das sessões, datas de mixagens e finalizações das músicas.”

Que conselhos você daria para quem está começando uma carreira como produtor musical independente?

“Abre o guarda-chuva que vai chover de gente dizendo que você está no caminho errado kk. Mas o primordial é que mesmo que não seja algo que dá para ter prática do dia para noite uma hora você vai acertar a melhor produção”

Os Desafios, as Recompensas e o Futuro Promissor

Enfrentar desafios é parte do dia a dia do produtor independente de rap. A falta de recursos financeiros dificulta o investimento em equipamentos de qualidade e a produção de material de alto nível. Além disso, a competição acirrada e a dificuldade de se destacar em meio a muitos talentos podem ser desanimadoras.

No entanto, esses produtores encontram maneiras de superar esses obstáculos com criatividade e determinação. Muitos improvisam estúdios caseiros e utilizam ferramentas acessíveis para criar suas músicas, investindo tempo para aperfeiçoar suas habilidades. 

Para aqueles que persistem, as recompensas são imensuráveis. A cada beat criado e música lançada, o produtor independente se aproxima da realização de seu sonho, encontrando reconhecimento e satisfação em ver suas ideias ganharem vida e serem apreciadas pelo público.

Apesar dos desafios, o futuro para os produtores independentes de rap é promissor. A ascensão da internet e das plataformas de streaming democratizou o acesso à música, criando novas oportunidades para que artistas independentes alcancem um público global. 

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